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Olá...!

Estes poemas são lugares de minha casa emocional... sintam-se a vontade, estiquem as pernas e pensem em lugares da vida que pertencem as coisas da alma...

Sandro A.

Poetas e Escritores do Amor e da Paz

01/10/2011

MEU LADO DE FORA...


Todos nós somos solitários,

é tolice não pensar assim;

peles antigas,

dentes antigos,

sorrisos passados,

esta brevidade,

que nos próximos anos fará valas nos rostos.

Aqui dentro sou um mar de Baco,

uma tempestade vaidosa,

dessas que fazem rótulos

e dão nomes aos amigos.

Até que um dia

sai ao me lado de fora

e ia tão longe meu mais próximo vizinho.

Todos nós somos solitários, que tolice.

Espadas procuram corações,

paisagens procuram olhos,

templos procuram o sagrado

e minha solidão procura a mim.

Quanta procura entre um encontro e outro.

Sorrisos antigos,

brevidades passadas,

mas lá, naquele lugar sutil dos olhos,

brilha uma luz nova,

emoções da alma

que encontra um veio de água no deserto,

uma pequena fonte

e naquele instante a vida se sacia.

Mas não se pode levar a fonte do deserto;

a aridez precisa dele;

lembrei-me que meu olhos,

precisam de uma lágrima.

Não posso levar a fonte nas mãos,

mas ela cabe inteira em minhas memórias,

este lugar prosador.

Todos nós somos solitários,

e nesta medida os anos se vão

espalhando a vida em fragmentos que cabem em um segundo,

neste que usamos para amar,

morrer e quem sabe

decidir por mais um segundo de vida.

Todos nós somos solitários,

e quanto a isso não cabe discussão.

Somos essa fome depois da refeição,

essa sede que os rios não resolvem,

essa viagem que não cabe no universo.

Assim, nesse soçobrar

entre a boca meio aberta

e a palavra nunca dita,

me lembrei que fiquei ali,

sentado na beira do caminho,

esperando-me buscar depois de tanto tempo,

por que é assim que tem de ser;

todos somos solitários,

mas eu sempre me esperei vir,

no meio do meu sangue,

entre um gesto e o outro,

um átimo.

Cada instante tem sua história

e todos somos solitários.

San Rodrigues

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Letras e Atos...

Este espaço é um ensaio para a escrita fotográfica, aquela que vê a cena e provoca as palavras para que possam construir a metáfora da imagem.
Gravando as imagens do diálogo, dos gestos, dos paragrafos, do detalhe nos verbos, em assustadores substantivos e adjetivos maleáveis... que possam traduzir emoções guardadas num lugar secreto.

San Rodrigues

toda leveza nasce de um instante de reflexão...