Espaço Idílico...

LEITORES...

Powered By Blogger

Olá...!

Estes poemas são lugares de minha casa emocional... sintam-se a vontade, estiquem as pernas e pensem em lugares da vida que pertencem as coisas da alma...

Sandro A.

Poetas e Escritores do Amor e da Paz

05/07/2014

DAQUI A POUCO UM POUCO...

Tudo o que demora um pouco,
No fim é daqui a pouco.
Daqui a pouco é domingo,
Daqui a pouco eu termino,
Daqui a pouco é outono,
Daqui a pouco é cinco para as dezoito,
Daqui a pouco são tantos,
Daqui a pouco é nenhum.
Daqui a pouco são enganos,
Daqui a pouco acaba o dia,
Daqui a pouco é euforia,
Daqui a pouco ninguém mais é criança,
Daqui a pouco é um segundo,
Daqui a pouco são tantos anos,
Daqui a pouco fui,
Daqui a pouco voltei,
Daqui a pouco plebeu,
Daqui a pouco rei,
Daqui a pouco tudo que sei,
Daqui a pouco tudo que sou,
Daqui a pouco tanto não sei,
Daqui a pouco deixo o que sou,
Daqui a pouco pô,
Daqui a pouco pó.
Cabe tudo no daqui a pouco,

E no daqui a pouco não cabe ninguém.

San Rodrigues

QUAL É A SOMA?...

O que é isso de saudade?
Quando a eternidade de frente ao instante é mera bobagem.
Que é isso de revolta?
Quando eu fujo de mim para dentro dos olhos da resposta.
Podemos nos esconder atrás de uma palavra que queira.
E ficarmos lá atrás dela,
Fazendo amor com todas as variantes emoções.
Poderemos ficar atrás da palavra impetuosidade.
Ela é tudo menos discreta.
E nus, ficamos tão leves.
Dançamos levemente e nos mergulhamos;
Numa hora não sei quem sou
E não sei quem somos,
E ai somo os dois...
Um fragmento da palavra do outro, no outro.
Acordamos e fizemos revoltas,
Um no outro,
Um ao outro.
Minha boca já lhe procurou,
Queria tocar a pele da tua poesia menina.
Verso estrofe e melodia,
Vontade, prosa, coisa leve e rima livre.

Deixa meu idílio diluir.

San Rodrigues

PALAVRAS SECAS...

Fui cavando o barulhinho das coisas mudas,
Até achar a raiz adormecida de um sonho criança,
Um tipo que não quer dormir cedo,
Quer peraltear na rua,
Quer correr de alma nua.
Nas horas crepitadas entre juncos,
Que fizeram raízes dentro dos olhos.
Amém.
De vez em quando, colho uma florzinha
De saudade na madrugada da minha nostalgia amarela.
Fiz meu poema na rachadura das coisas absolutas,
Na fratura entre o verbo e a loucura,
Reguei o substantivo seco.
Enquanto cavava fiz um fosso de euforia,
Enquanto ia,

Descavava a poesia.

San Rodrigues

OLHO NO OLHAR...

A eternidade
Lentamente fazia o parto do dia,
Que ia nascendo e entrando por entre as flores
E sombras, entre cores e ausências,
Entre eu e tanta essência,
Entre o belo e a aparência,
Um tsunami de dia inteiro,
Me atravessando qualquer paradeiro,
Fazendo gritar meu silêncio,
Quando o galho cai e acorda o instante.
Um definitivamente não faz ideia
Do universo que o outro carrega,
E poderosamente um invade a história
Nos olhos do outro.
E ao redor de eu mesmo, todas as épocas
De minha vida me olham e perguntam pelo próximo passo.

A eternidade lentamente invade o instante.

San Rodrigues

DIZEM QUE A PALAVRA...

O mito da palavra diz que
A poesia ressuscita olhares,
Desabrocha corações maculados,
Revê intenções apaixonadas
Na beira da incerteza.
Captura a voz cansada,
e a planta dentro da lágrima quieta.
Diz que a palavra
Provoca um ato novo
E estrangula a rotina.
Cavouca de tudo,
No tudo de qualquer pessoa.
Desmorona o absurdo,
Venta no galho passivo
De minha árvore genealógica,
Faz música nos meus desafinos,
Desatinos,
Desacatos.
O fim do dia acende a noite,
O fim da noite brota luz,

No fim da palavra fim.

San Rodrigues

QUALQUER COISA...

Um dia,
Numa hora destas
Qualquer coisa termina.
Dormem os sonhos,
Dormem os motivos e os dias,
Os olhos apagam,
A boca fica sem a última palavra,
A pele?
Ela fica nua,
Os problemas?
Ficam nus...
Bem, quem são estes impostores?
As soluções?
Que importa?
Qualquer coisa, depois deste incidente é frágil.
Só quisesse mais um minuto
Eu entenderia.
Por um instante,
Um dia, entendemos tudo.
De que tudo não precisa ser entendido.
Porque na brevidade de entender,
Está a morte de todo ser.
Um dia eu não quero
Viver mais um minuto deste meu

Lento ser.

 San Rodrigues

Letras e Atos...

Este espaço é um ensaio para a escrita fotográfica, aquela que vê a cena e provoca as palavras para que possam construir a metáfora da imagem.
Gravando as imagens do diálogo, dos gestos, dos paragrafos, do detalhe nos verbos, em assustadores substantivos e adjetivos maleáveis... que possam traduzir emoções guardadas num lugar secreto.

San Rodrigues

toda leveza nasce de um instante de reflexão...