Minha
forma e meu fundo
se
refletem perfeitamente:
Não
tenho fé no translúcido;
Não
há brisa
que
ultrapasse a lucidez.
Agora
os sonhos?
Bem,
eu não temo o futuro,
já
vi alguns desses espécimes vazios,
horas
que diluem,
apagam
e fumaçam.
Mas
o passado me dá medo.
Fica
lá atrás,
estancado,
frio,
olhando
profundamente meus olhos,
me
lembrando do fracasso.
Mas
o fracasso,
essa
pedra de dureza,
vencida
pela franqueza
do
meu jeito de chorar.
Uma
gota depois da outra;
lágrima
mole
em
tristeza dura,
é
a insistência da minha alma
que
perfura mil passados de dor.
Minha
forma e meu fundo,
coisas
que refletem.
As
coisas que esqueço
são
memórias que guardo
num
outro tipo de saudade:
Esquecer,
lembrar
e
tornar a esquecer;
renova
minha sanidade,
mas
preserva o lugar feliz
de
minha loucura.
Minha
forma,
no
fundo me reflete.
Todas
as minhas gotas
fenderam
um rio,
todos
os meus rios
são
minha revolta
contra
o passado,
de
olhar e leito translúcido,
por
que não tive razões
para
temer o futuro;
ele
nunca está lá.
San Rodrigues