Espaço Idílico...

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Olá...!

Estes poemas são lugares de minha casa emocional... sintam-se a vontade, estiquem as pernas e pensem em lugares da vida que pertencem as coisas da alma...

Sandro A.

Poetas e Escritores do Amor e da Paz

16/11/2011

CÁ PELADO...

Procuramos Deus
em nossas ausências.
Penitências,
frades,
compadres,
inclemências,
inquisições,
quem sou?
Quem,
são e doentes?
Fé e religião
não cabem na minha igreja,
amém ou assim seja;
temos deuses reféns dos domingos,
capelas de falas eclesiais
e piedades mundanas;
cruz.
Pai, perdoa,
por que nunca sabemos
o que fazer.


San Rodrigues

SUFOCOBIA...

Meu lado de dentro
é um detalhe que a pele cobre.
Todos os meus homens e mulheres
em mim, respirando ao seu modo,
vagam ardentes,
plantam somentes,
saram demências,
desmontam coerências,
revoltam saudades, provocam tudo que não basta,
por que o que basta,
consome minhas respirações.
Ai vem os anos
e violentam minhas ilusões impressionistas.
Enquanto isso não compreendo,
sou denso na curva do “não-entendo”,
e meu choro pesa
e interrompe minhas pernas,
silenciam minhas mãos
e meus nãos e sim´s inflamados.
Meu lado de dentro
guarda todas as minhas
risadas contundidas,
e abraços mutilados.
Saudades, saudades
e de vez em quando,
nostalgias.
Me tirem daqui de dentro,
meus olhares,
antes que não vejam um palmo,
uma jarda, umas milhas
e todo esse caminho
na beira da vida.


San Rodrigues

OUTROS ALÉM DE...

Olá “eu”.
Espero do verbo desesperar,
que esta carta
o encontre dentro de alguma
euforia em mim,
e possa lhe dizer que o perdoo
por ter traído minhas saudades,
aberto minhas pandoras
e deixado adultos
cada um de meus medos do escuro.
Lhe perdoo setenta vezes sete
pecados capitais,
por me dizer que a beleza,
era mais linda
do que cabia nas palavras,
por me levar no mais alto
e sublime lugar da vida.
O olhar.
De encher de respiração profunda,
toda pedra que nascer
no meu coração
e deixar meu poema,
entre a vida e a morte.
Coisa pronunciada na tarde
quando o sol desmaia
e ressuscita na lua.
Eu”, você,
não outro faz falta.
Mas quando fui embora,
levantei-me no homem em que vivia.
Afirmei que morro,
ressuscitei que viveria,
dei passo ao caminho,
dei tristeza a alegria,
alimentei o paradoxo
de solidão na companhia:
e assim me queimar
no incêndio da vida.
Poque vivo por toda vida,
mas morro eternamente.
De certo, quero lhe dizer,
que a espera não matou e esperança,
só a deixou cínica,
de olhar para mim e dizer:
primeiro o choro,
depois o leite,
depois o passo,
a dor,
o rancor,
o fel,
o céu,
o amor,
todo torpor,
merluza,
caviar,
a fome
e o reflexo de mil fragmentos de espelho;
o mesmo homem,
um só,
você “eu”.
A breve luz se quebrou em cores
depois de chover ni meu deserto.
Eu”, vamos chupar laranjas de Hermógenes
e guardar o caroço
com sua eternidade de laranjais inteirinhos,
mas não se lembre de esquecer,
que quando voltar,
toda minha alma
terá mudado,
e eu serei todo o mar,
na gota do chorar.
PS. Você.


San Rodrigues

TUDO NÃO É...

Todo mundo é secreto.
Me uso de chaves,
vasculho mistérios.
A gota é mãe do mar,
a alma e os cabelos embranquecem,
a fé e o ateu envelhecem.
Moramos embaixo da pele,
toda flor tem que desabrochar.
Fide Quarens Intellectum,
tantas línguas mortas.
O nome se confunde na coisa.
E tantas coisas se chamam na rosa. 


San Rodrigues

ALQUIMIA...

Deus, se couber assim: Obrigado!
Obrigado pela grandeza da insignificância.
A brisa mexe o mar
e a onda me alcança,
a abelha pousa a flor
e o jardim se derrama.
A luz é eterna,
mas é o vagalume que encanta.

Deus, é tão tarde, mas obrigado!
Um dia desses plantei o futuro;
no fim da tarde colhi o passado.
Enfrentei minhas ausências,
com medo do risco,
mas a dor me apertou
até eu soltar um sorriso.

Como é que eu fujo disto
a ponto de não te encontrar?
Sou um principiante na vida,
com dificuldade de andar.

Mas me recolho e insisto
na pequenez do meu verso,
digo que te amo
e que colocastes ar
nos pulmões do universo.

E eu aqui,
este breve espectador,
cheio de arruaças na alma
e sorriso desbravador.

O que posso fazer,
para lhe encontrar oh eterno;
expiar meus pecados,
me curar dos meus erros?

Bom Deus, tenho certeza
do meu milhão de limites,
que descansam na sua bondade
que me diz aguenta, insiste.

Esculpistes o grão,
entalhastes a pétala,
me plantastes do chão,
me fizeste com festa.

Obrigado por seu caminho,
por motivar o meu passo,
e na frente do abismo,
me empurrar do penhasco.

Naquele dia cai,
para morrer me anular,
e sonhei com o fim,
comecei a chorar.

Vi cada instante do tempo,
que me ensinou a pensar;
Que em cima da nuvem pesada
o sol está a brilhar!

Quando vi que era o fim,
quando tudo termina
me ensinou que é ali
que se olha pra cima.

Busquei respiro fundo,
quando me faltava o ar,
acreditou-me que é assim
que se aprende a voar.

Não eram méritos próprios,
nem orgulho de atleta,
o milagre é um milagre,
e só Deus o projeta.

Sendo assim, existência,
coisa do sábio poeta,
eu te agradeço oh Deus,
pois cumpriu a promessa.

De ser amigo sempre,
não só na hora da festa;
mas quando tudo se vai
e a solidão é o que resta.

Deixou claro o que houve,
quando me faltou o ar,
e eu dependi menos de mim
e lhe aprendia a amar.

Obrigado Pai, é tudo que posso falar.
Se um dia me perguntar,
como cheguei aqui nem cima,
com voz embargada
e orgulho na rima.

Lhe direi cheio de paz,
e esperança na escrita,
que se hoje com toda dor
não me falta o sonhar.
Foi o Senhor que no vazio
me ensinou a voar.


San Rodrigues

Letras e Atos...

Este espaço é um ensaio para a escrita fotográfica, aquela que vê a cena e provoca as palavras para que possam construir a metáfora da imagem.
Gravando as imagens do diálogo, dos gestos, dos paragrafos, do detalhe nos verbos, em assustadores substantivos e adjetivos maleáveis... que possam traduzir emoções guardadas num lugar secreto.

San Rodrigues

toda leveza nasce de um instante de reflexão...