Espaço Idílico...

LEITORES...

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Olá...!

Estes poemas são lugares de minha casa emocional... sintam-se a vontade, estiquem as pernas e pensem em lugares da vida que pertencem as coisas da alma...

Sandro A.

Poetas e Escritores do Amor e da Paz

21/12/2013

DE OLHOS...

Quem assiste
O espetáculo lento e silencioso
Da madrugada, vê.
Vê a umidade fazer amor na ponta da folha
E dali a pouco,
Na hora certa
Nasce uma gota
De orvalho mais tímido.
Quem assiste o rio correr vê.
Vê toda aquela água se espreguiçando pra fazer a margem.
Fazer a imagem dançante do céu,
Fazer o mar
E fazer o “ao léu”.
Quem assiste a borboleta, vê.
Vê as asas do casulo,
Levantarem aquele brochetinho
E fazer dele uma florzinha,
Que fica pulando no jardim.
Quem vê, vê.

Isso é coisa do olhar atrás dos olhos.

San Rodrigues

DO BREJO...

Sapo solto
Saindo saltando
Sobre sua saudade

Sonsa.

San Rodrigues

EME...

Mar
Maria
Moreninha
Molha
Meu
Mundo

Menina.

San Rodrigues

HOW MUCH REASON...

Há dias de contar as gotas,
Há dias de poça e de fio d água
Há dias de riacho e ribeiro.
Outro de remanso e aguaceiro.
Há dias de lagoa, lago, ribeirão
Rio e represa.
Mas há dias de surpresa.
Depois de mil cachoeiras
Esta manhã acordei mar.

Cheio da vida inteira. 

San Rodrigues

HÁ UM MAR...

Com ilusões
E uma caneta,
Cavei uma tarde
Até o fundo no lençol da noite.
Encharquei-me por lá de nostalgia
E me vim regar,
Quando ela derrama na alvorada,
Quanta vazão,
Tudo a revelia, coisa assim
De poesia.  

San Rodrigues                 

PREOPOSIÇÕES...

Debaixo do rosto dela havia uma penumbra,
que vazava no sorriso.
Na beira daqueles olhos, havia revoltas e revoluções inundadas.
Na euforia daquela respiração havia cores guardando Kandinsks.
Seu sonho era lúcido.
Seu acordar um bêbado.
Seu corpo uma culpa,
Com tantos medos,
Dono de tantos culpados.
Os seus culpados, seus destinos mais ousados
E ela assim,ela sanha. Como tem gente tacanha.
Sua voz respirada um delírio,
Ouvido debaixo dos seus sons,
dos tons,
das notas.
Balbucia.
Mas depois de tantas curvas,

Termina-se em mulher.

San Rodrigues

ALI POR PERTO...

Sentada na rede a saudade costurava
A noite já tão remendada.
Meandrou por entre desesperos
Dissolvidos, respiros afoitos,
Gemidos em falsete, passos malogrados,
Olhares devaneados por dedos burilando na mesa,
Por bocas roçando o silêncio,
Por matizes pálidos e idílios entre
Uma coisa mais real que outra.
A saudade ia adejando flanada pela esperança da poesia
e escorria pelas pernas, braços, mãos e abraços
e vigiava o dia seguinte,
quando a luz mataria a maior parte das sombras.
A saudade recostou e dormiu

No respiro do poeta.

San Rodrigues

CANDURA...

Aquele olhar tinha um lugar tão profundo,
Que roubava meu ar.
Pupilas que invadiam minha errância
E me sacudiam o ventre.
Que antepassados dormiam atrás daquelas pálpebras?
Sua retina respirava um lento fragor.
Eles me olhavam com a cor do mar,
Quando o dia desiste de ser noite
E coloniza novas horas.
Lentamente piscava,
Na candura da respiração.
Paz.
Medo.
Desejo e eu no leve ensejo.
Aquele olhar despia minhas ingenuidades
E fazia o dia sagrado de eu ser assim nu.

Assim tão vestido.

San Rodrigues

TRANS-APARÊNCIA...

Minha alma vazia se encheu de fagulhas,
Vasculhos e alturas.
Deus dos frenesis,
Quanta sede me invadia.
Debaixo, em cima, parnasiano na rima,
Espartano na prosa.
Quanta fé em mim roça.
Se alma é vazia, vou ler Cecília
E encher de borboletas
Prosadas, de cores voadas e saudades planadas.
No fim, depois da poesia,
Nenhuma voz é tardia
E minha pele se bagunça na brisa.

San Rodrigues

EU VADIO...

Este eu não se parece comigo,
É tão breve e confuso,
Que não assusta as sombras e as sílabas de todas as perguntas.
Meus segredos vestem eu vadio
destes que estavam assim,
embrenhados dentro do silêncio,
debaixo dos roxos.

Uma multidão de sedes e depois...
O vazio.
Fui me usando, abrindo, escarafunchando.
Fui me invertendo e inventando,
Fui descendo e desabando,
Fui sendo e sedando.
Fui revendo, fui rezando,
Me esquecendo de todos os no entanto.
Se eu me importo?
Claro!
Todo barco quer um porto.
Ou é o mar que quer um porto?
Para ficar perto dos sonhos e choros do homem?
Bandeira queria o lírio,
Cecília o delírio.
Gullar o concreto.
Bilac o discreto.
E eu, o deserto.

San Rodrigues

Letras e Atos...

Este espaço é um ensaio para a escrita fotográfica, aquela que vê a cena e provoca as palavras para que possam construir a metáfora da imagem.
Gravando as imagens do diálogo, dos gestos, dos paragrafos, do detalhe nos verbos, em assustadores substantivos e adjetivos maleáveis... que possam traduzir emoções guardadas num lugar secreto.

San Rodrigues

toda leveza nasce de um instante de reflexão...