Espaço Idílico...

LEITORES...

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Olá...!

Estes poemas são lugares de minha casa emocional... sintam-se a vontade, estiquem as pernas e pensem em lugares da vida que pertencem as coisas da alma...

Sandro A.

Poetas e Escritores do Amor e da Paz

03/10/2011

ESSE EU...

Escorri de uma destas manhãs dadaístas,
para as mãos de um jovem senhor hostil.
Ele não ria,
não chorava também,
não levava,
nem trazia,
não aceitava o silêncio,
mas não admitia os sons do dia.
Admitia o sono,
mas me acordava antes do sonho:
E no fim apertou a minha mão,
dando-me felicitações;
de que pela sede
aprendi a água,
de que pela noite
aprendi o dia,
de que pela ida
aprendi a voltar,
de que por perder
aprendi ganhar,
de que pelo susto
aprendi respirar,
de que pelo fim
aprendi começar,
de que pelo instante
aprendi a eternizar.
Bem, foi um prazer
conhecer o antagonismo.


San Rodrigues

FALANDO DE PENSAR...


Peguei meus pensamentos,
aqueles confortáveis,
bem-apessoados;
sabe aquele mais garbosos,
guapos graciosos,
deslumbrados,
especiais, donairosos,
aqueles treinados nos
passadiços acadêmicos;
empolados raciocínios de donos antigos,
nas duras e frias capas dos manuais.
Juntei-me aos meus pensamentos
mais apurados, burilados,
os de roupa de gala,
empertigados,
donos da verdade fria da vida,
e de todas as mortes.
Juntei-os todos entre as mãos,
com olhares compungidos e insubmissos.
Me dobrei aos dias de meus pais,
olhei para o beija-flor,
respeitei o musgo que ainda
nasce na beira do asfalto,
admirei o compositor
que não é dono das palavras
e honrei a sinfonia de mil sabiás.
Convulsionei minhas gramas de conceitos,
joguei todos os pensamentos para cima,
só refleti quando desordenei os pensamentos,
levantei-me
e era um homem.


San Rodrigues

POEMA AGUDO...

Temo que minhas melhores prosas
tenham me deixado cicatrizes,
que medem da alma até
a pele nervosa de todos os meus anos;
essa sacralidade guardada nos calendários.
Tenho-me em pedaços nas poesias;
em uns tenho alma,
em outros mente
e nos que doem, coração.
Um coração que dói
e morre ao meio dia,
outros que flamula até a tarde,
mas o coração da noite é concreto,
nesta paleta de poemas matizados.
A carne de meu choro
foi cortada profundamente
por versos navalhados,
fios que dividem;
eu, nós e eles são outra estrofe.
Mas temo;
foi assim temendo,
que esculpi na minha pedra de papel,
um rosto que me chama de multidão,
como estas que vão andando
e fazendo séculos no minuto.
Penso que não sou poeta;
minhas cicatrizes o são.


San Rodrigues

ESSA SEDE...


Penso que quando me faltam palavras,
é por que aquilo que quero descrever
é maior que elas.
Quero a palavra
como a sede quer a fonte.
Ah, ansiedade,
esse lugar da alma
que não aguenta o peso dos segundos.
Se eu ficasse livre ali,
todas as dores doeriam tão menos.
Mas o sol do instante
dispensa a luz da vela
de meu momento breve,
e tudo que tenho
é a espera,
essa coisa antes de chegar.


San Rodrigues

Letras e Atos...

Este espaço é um ensaio para a escrita fotográfica, aquela que vê a cena e provoca as palavras para que possam construir a metáfora da imagem.
Gravando as imagens do diálogo, dos gestos, dos paragrafos, do detalhe nos verbos, em assustadores substantivos e adjetivos maleáveis... que possam traduzir emoções guardadas num lugar secreto.

San Rodrigues

toda leveza nasce de um instante de reflexão...