Espaço Idílico...

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Olá...!

Estes poemas são lugares de minha casa emocional... sintam-se a vontade, estiquem as pernas e pensem em lugares da vida que pertencem as coisas da alma...

Sandro A.

Poetas e Escritores do Amor e da Paz

15/12/2011

E AGORA SEU ZÉ?...

De vez em quando
acontece tanta coisa
no berço do intervalo
minha gente,
comigo inteirinho.

Da folha rasgada
a alma vazia,
de vez em quando
é oito horas,
de vez em quando
é amanhã,

de vez em quando
é tanto ano,
de vez em quando
eu quase amo.

De vez em quando
é toda vida,
de vez em quando
aturdida.

De vez em quando chove,
de vez em quando seca

de vez em quando Deus perdoa,
de vez em quando o verbo peca.

De vez em quando nasci,
de vez em quando morri,
de vez em quando nós todos somos.

De vez em quando cinquenta anos.
De vez em quando terminou.

De vez em quando recomeço,
de vez em quando mosquito,
de vez em quando esterco.

De vez em quando me acordo,
de vez em quando no sonho,
de vez em quando me imploro,
de vez em quando me imponho.

De vez em quando
nunca mais serei eterno,
descobrirei que no intervalo
fico menos,
fico terno.

De vez em quando é tanto tempo,
que não cabe em minha pressa.

De vez em quando
a vida é José.
De vez em quando
a vida é festa.


San Rodrigues

VENTILA DOR...

E uma alma leve
planava em cima
de meus verbos tensos.

Quando eles se dobram
e o tempo os venta longe.

Adjetivos lentos
e vastidão de arrebentos
que acontecem na semente,
na casca,
na flor,
e derramam um jardim inteirinho
na boca da tarde.

Deus morreu em minhas saudades
e ressuscitou nas idades que eu plantei.

E o medo disputou raízes
nos lírios e begônias.

Sementes de Leminski,
Teles e Bilac
giram o sol
nesta alma de versos extensos
e eu plano.

Vento ia,
ventoinha,
ventania.


San Rodrigues

IMANÊNCIA...

O dia aguenta,
a pedra olha,

a noite vaza,
a pedra molha,

o vento cega,
a pedra esmola.

O triste pesa,
a pedra chora.

O ano enverga,
a pedra orna.

O galho cai,
a pedra flora,

o sonho vai,
a pedra volta.

O amor resmunga,
a pedra implora.

Deus se muda,
a pedra ora.

A culpa é culpa,
a pedra adora,

o fim se vai,
a pedra dura.

No meio do caminho estavam eus.
Eus estavam no meio do caminho.


San Rodrigues

Letras e Atos...

Este espaço é um ensaio para a escrita fotográfica, aquela que vê a cena e provoca as palavras para que possam construir a metáfora da imagem.
Gravando as imagens do diálogo, dos gestos, dos paragrafos, do detalhe nos verbos, em assustadores substantivos e adjetivos maleáveis... que possam traduzir emoções guardadas num lugar secreto.

San Rodrigues

toda leveza nasce de um instante de reflexão...