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Estes poemas são lugares de minha casa emocional... sintam-se a vontade, estiquem as pernas e pensem em lugares da vida que pertencem as coisas da alma...

Sandro A.

Poetas e Escritores do Amor e da Paz

01/10/2011

LÁ DE CIMA OLHEI...


Tentei um suicídio,
numa destas tardes de poeta,
subi numa destas palavras altas,
que chegam perto do céu.
Desculpem a confissão,
mas não poderia ser diferente;
fui motivado por um destes poemas ousados,
destes que nos falam no pé do ouvido:
“você pode”!
Subi insistentemente,
com a alma inclemente,
por que o poema,
de olhar despudorado,
me disse firmemente
que para ser poeta,
não posso ficar no colo da vida
com medo da morte iminente.
Bem, aceitei e subi a palavra
por que a palavra estava lá.
Escalei o coração verde dos pássaros,
a alma das bolhas de sabão,
o sorriso das bexigas,
ouvi histórias de pedras antigas
e vi muitos corações, muitos;
tristes, alegres, saudosos, infantis, austerosos, indomáveis,
desses cheios de luxúrias e saudades de ontem.
Mas antes de subir,
o poema me avisou,
que se subo na palavra,
não volto mais como sou,
eu sorri e entendi,
ele falava sobre esta coisa de mudar,
esta coisa que acontece ao poeta,
quando fica exposto aos neutrinos gramaticais,
a essa neblina de pronomes
que escondem os ninhos dos grandes verbos
e até onde chegam as raízes dos substantivos mais robustos.
Assim, fui subindo, me apoiando em saudades,
pisando em mágoas
e me agarrando a esperanças,
e estava lá.
De lá, a visão é surpreendente,
destas coisas de pasmar,
vi toda a minha vida,
só não conseguia respirar;
o poema se aproximou de mim,
e me pediu para chegar até a borda,
e eu lhe respondi que tinha medo,
ele insistiu que eu chegasse a borda,
eu cheguei,
ele me empurrou,
e eu voei.

San Rodrigues

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Este espaço é um ensaio para a escrita fotográfica, aquela que vê a cena e provoca as palavras para que possam construir a metáfora da imagem.
Gravando as imagens do diálogo, dos gestos, dos paragrafos, do detalhe nos verbos, em assustadores substantivos e adjetivos maleáveis... que possam traduzir emoções guardadas num lugar secreto.

San Rodrigues

toda leveza nasce de um instante de reflexão...