Espaço Idílico...

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Olá...!

Estes poemas são lugares de minha casa emocional... sintam-se a vontade, estiquem as pernas e pensem em lugares da vida que pertencem as coisas da alma...

Sandro A.

Poetas e Escritores do Amor e da Paz

28/10/2011

UMA CERTA PROSA...


Dê dias difíceis
e uma profunda dor,
dê instantes insolúveis
e certo torpor,
bata tudo isso
no meio de sentimentos em convulsão;
coe as que não passam
nas frestas da dedução.
Deixe assar
e maturar nos lugares
mais densos da alma,
retire e deixe diamantar
por séculos no segundo...
bem ali está,
um ato poético
para ser servido aos amigos;
com certa festa.
Com certa prosa.


San Rodrigues

O DIA INTEIRO...


Há um instante secreto,
pai das horas,
avô dos segundos.
Vestido de infância
no meio do mistério do dia,
que me espera
e me chama pra criançar,
contra a sisudez da minha adultice.
Quando o corpo
faz amor com a brincadeira
e o menino que mora em mim
e me observa,
faz castelos de areia,
minha alma se levanta e espreguiça
e não acha que sorrir é besteirice.
Faz risadas
e planta nelas o dia inteiro,
quando o instante secreto me espera
entre o passarinho e o alpiste.


San Rodrigues

PEDRA E CINZEL...


A cada não da pedra
o cinzel aprofunda a pergunta
e deixa a palavra eterna,
esguardada,
sutil.
Cada entalhe procura a resposta
em meus cascalhos,
eu e meus fragmentos de passado;
eu em meus fomentos de futuro;
eu não sei aonde,
mas perdi algumas reminiscências;
ali entre o limbo e a fratura,
entre o céu e a sepultura.
Me perdi no paradoxo;
feliz saudade,
maldosa bondade,
cruel leveza...
Eu e meus contrastes.
E quando a dúvida chegou,
fui criativo:
Acordei e plantei uma flor no intervalo,
Fiz o sol obedecer meus girassóis
e colhi um milhão de sementes
não iguais,
mas unidas
e vi nascer um belo sim,
na curva de minha vida.


San Rodrigues

PAZ GRAMATICAL...


Fiz amor com as horas
e engravidei-me da semente
de um poema rebelde,
que me devolveu olhares,
depois que nasceu em minha folha,
em balbucias que minhas palavras
mais expedicionárias nunca pisaram.
Em frases de Rimbaud
e saudades de Quintana,
quando este mundo
é tão grande,
mas não cabe na minha tolice,
de pensar que entendo;
de achar que agora sei.
O mundo não é recente,
eu sempre sou.
Por que quando eu era criança,
vendia bolhas de sabão
pelo preço do sorriso
e com isso comprei
uma casa no coração de meu mundo,
esse lugar que hoje
sempre é outono.
Amanhã,
então terei um filho pronominal,
com olhos de verbos
e voz adverbiais
e serei outro:
Muito feliz,
muito triste,
muito longe,
muito menos,
muito claro,
muito perto de eu mesmo.
Casando com todos os meus pretéritos
numa noite de paz gramatical.


San Rodrigues

NO MEIO DO INVERNO...


O tempo, esse velho feiticeiro,
encanta de ilusão os seres
e os enjaula na próxima esquina.
Indiferente,
frio,
e sábio,
longo caminho
que não exita em guilhotinar os passos,
não exita em julgar os dias
e os condenar a brevidade.
De meu observatório,
vi a inocência e o belo
se dissolverem no mar dos anos,
mas também acontece
de todo dia a indiferença
ficar com menos tronos,
e a saudade resolver os danos,
e a vida ir para um pasto primaveril
no meio do inverno.
Por que minha resistência ao tempo
é escrever um poema,
e meu poema decide por essência
tornar-se vento,
alma,
brisa
e chorar enchendo um rio
que me leva para o mar,
por que meu instante apaixonado
é maior que o tempo.

San Rodrigues

Letras e Atos...

Este espaço é um ensaio para a escrita fotográfica, aquela que vê a cena e provoca as palavras para que possam construir a metáfora da imagem.
Gravando as imagens do diálogo, dos gestos, dos paragrafos, do detalhe nos verbos, em assustadores substantivos e adjetivos maleáveis... que possam traduzir emoções guardadas num lugar secreto.

San Rodrigues

toda leveza nasce de um instante de reflexão...