não ter a mesma
esperança que meus olhos.
Meus olhos param,
enquanto minhas pernas vão.
Minhas pernas vão,
enquanto o caminho fica vazio.
O caminho vazio se
enche dos meus
passos nublados;
o nublado é ferido
pelos raios da luz
mais limpa de um
dia qualquer.
Um dia qualquer
pode ser hoje.
Quando fui;
durante mil páginas,
desabrochando
na ponta de minha caneta.
Alívio.
Por que a vida começa
e termina assim,
na metade
de todas as minhas perguntas;
quando a eternidade,
que não é minha pretensão,
é esse usufruto do tempo
que devora as coisas
ludibriadas por Narciso.
E eu vou ficando
e negociando esperanças
com o coração.
Insisto nos olhos,
nos passos,
no caminho
e ainda respiro.
San Rodrigues
San Rodrigues