Espaço Idílico...

LEITORES...

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Olá...!

Estes poemas são lugares de minha casa emocional... sintam-se a vontade, estiquem as pernas e pensem em lugares da vida que pertencem as coisas da alma...

Sandro A.

Poetas e Escritores do Amor e da Paz

12/11/2011

RESPIRO AINDA...

Meu coração insiste
não ter a mesma
esperança que meus olhos.
Meus olhos param,
enquanto minhas pernas vão.
Minhas pernas vão,
enquanto o caminho fica vazio.
O caminho vazio se
enche dos meus
passos nublados;
o nublado é ferido
pelos raios da luz
mais limpa de um
dia qualquer.
Um dia qualquer
pode ser hoje.
Quando fui;
durante mil páginas,
desabrochando
na ponta de minha caneta.
Alívio.
Por que a vida começa
e termina assim,
na metade
de todas as minhas perguntas;
quando a eternidade,
que não é minha pretensão,
é esse usufruto do tempo
que devora as coisas
ludibriadas por Narciso.
E eu vou ficando
e negociando esperanças
com o coração.
Insisto nos olhos,
nos passos,
no caminho
e ainda respiro.


San Rodrigues

MOVIMENTO...

E então
desesperada
e afoitamente,
no meio do texto
nasce a palavra
intensa.


San Rodrigues

MEUS ARDORES...

O que fazes,
quando a frase toca a face?
Há um lugar em mim,
que me moro desconhecido;
tenho uma aflição enfurecendo.
Todos os amores
em mim ardendo
e respiro,
rompendo a casca.
A casca,
semente;
tudo passa,
tudo é vento...
tudo que sou
é antepassado amanhã.
Amanhã me esconde por um dia.
Meu choro,
escondo por um momento
e devagar
evaporo e sonho.
Que toda vida
é sonho
e sonhos são assim,
sonhos.
Que toda vida acordo
e acordar é assim,
um sonho.
Porque ainda me movo,
com primavera no olhar. 


San Rodrigues

O ENDEREÇO...

Quem me descobriu?
Com olhos profundos e serenos
me perscrutou
em todos os mistérios da vida,
e esvaziou a dignidade
de meu silêncio,
deixando uma voz pautada.
Minhas coisas de viver;
coração,
sonhos;
esses adejos que faço com fragor,
mas sou solitário
e passo.
Bebo olhar e
me embriago de horizontes
que julgo caberem
em meu olhar,
em meus pés,
dentro de minha caneta.
Quem me descobriu?
O por-do-dol,
a pétala,
o luar,
a brisa no meu olhar;
são coisas que volvem
na fresta da brevidade,
um lugar que
chama todos de personagens
e encerra a peça.
E nos bastidores
descubro que me descobriu.


San Rodrigues

VAZANTE...

Limitei minha flor ao breve;
um pouco de água,
um pouco de terra,
um pouco de olhar,
e as vezes voz.
Dormi
satisfeito.
Ela estava em minhas mãos.
Mas de manhã
toda sua beleza era maior que o vaso,
e ela a coisa mais livre do mundo.


San Rodrigues

QUEM É VOCÊ?...

De certo percebi.
Percebi-me ser incompleto.
Vagando em mim:
algum lugar desse tolo.
Fui procurando
até que não me achei...
E então procura?
És um encontro,
ou és minha tortura?


San Rodrigues

MARÉ...

Minha alma se encanta
no pensamento que se esvai.
No vazio o silêncio
que me incomoda é isto;
Tudo na dança das horas
fica silencioso,
pálido.
E então a pergunta floresce.
E se esquece que nestes silêncios
os pensamentos maré, vão e vêm. Vão e vêm, vão e vêm...


San Rodrigues

FRENESI...

Poeta,
é uma dessas euforias infantis,
que se enchem de saudade
do daqui à pouco,
esse lugar eternamente escuro.
E plantam nele
uma esperança
cheia de palavras brincalhonas.
Idades de qualquer tempo.
Memórias campineiras,
de quando o passo
é a respiração do caminho.
Um depois do outro
e eu faminto de vida,
como todo o meu destino.
Daqui à pouco faz silêncio
e no silêncio,
os pensamentos vão e veem.
Até serem corpo.
É disso que o poeta precisa,
e depois euforia,
depois alforria.


San Rodrigues

Letras e Atos...

Este espaço é um ensaio para a escrita fotográfica, aquela que vê a cena e provoca as palavras para que possam construir a metáfora da imagem.
Gravando as imagens do diálogo, dos gestos, dos paragrafos, do detalhe nos verbos, em assustadores substantivos e adjetivos maleáveis... que possam traduzir emoções guardadas num lugar secreto.

San Rodrigues

toda leveza nasce de um instante de reflexão...