Por
baixo de tudo que veste
estou
nu,
por
baixo de tudo que está nu,
estou
em carne viva;
as
vezes morta,
as
vezes apenas sonolenta
e
se me cavo mais,
chego
ao que penso
e
lá estou eu
um
estranho,
uma
antiga novidade semântica,
eu
e meus pensamentos,
um
milhão deles,
meu
Vesúvio particular,
o
fim da minha epopeia,
por
que um dia todos
meus
fins acabam
e
quem sabe me começo
de
novo,
sem
eufemismos.
Por
que antes eu assistia,
mas
agora a plateia
esta
do meu lado oposto,
eu
nu,
e
a plateia do lado oposto.
Minha
sombra
em
carne viva.
Coisa
que eu nunca admiti;
tanta
roupa por cima
e
meus sonhos vestidos
de
máscaras.
Mas
a plateia esta sempre
do
lado oposto.
San Rodrigues
San Rodrigues