Fui
olhando lentamente,
com
olhos de camurça,
piscando
lentamente
como
pisa a pluma.
Fui
pensando lentamente,
aspirando
lentamente,
silenciando
lentamente;
lentamente
compreendendo.
Minha
pressa foi lentamente
aquiescendo
com o tempo,
lentamente
fui plantando,
lentamente
fui morando,
lentamente
fui nascendo.
Assim...
lento,
todo
em fleuma dilatando,
demorando,
preguiçando,
amenizando.
Pasmado,
antecipado,
ansiado.
Lento.
Cada
respiração
me
contava uma história;
cada
“ainda”
me
falava de outrora,
cada
amém
procurava
um porém,
e
eu lentamente
me
separava de todos os meus medos,
de
todos os meus enredos,
por
que tudo começa e termina lentamente,
mas
meu coração,
esse
homem de saudade,
num
contra senso apaixonado,
batia
rápido.
San Rodrigues