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Olá...!

Estes poemas são lugares de minha casa emocional... sintam-se a vontade, estiquem as pernas e pensem em lugares da vida que pertencem as coisas da alma...

Sandro A.

Poetas e Escritores do Amor e da Paz

17/10/2011

SE HOUVER...

Procura-se um poeta.
Que não chore, não ria, não espere.
Procura-se um poeta, que esbraveje, rasgue, queime.
Procura-se um poeta, que entenda, que responda, que saiba nadar.
Procura-se um poeta, que não queira o deserto, a árvore, o silêncio.
Procura-se um poeta, feliz, largado, perto.
Procura-se um poeta.
Que durma, que acorde, que não sonhe.
Procura-se um poeta, descontrário, ardiloso, puro.
Procura-se um poeta.
No metrô, no escritório, na prisão.
Procura-se um poeta.
Vespertino, matutino, de madrugada..
Procura-se um poeta,
e a ele negocio o meu direito a vida,
pela sua poesia.


San Rodrigues

NADA...


Há pessoas que nos roubam.
Há pessoas que nos devolvem.
Nada” é passivo,
nada” é um movimento, 
“nada” é uma palavra 
esperando ser.


San Rodrigues

EU NO CANTO...


Venho observando
por semanas este casulo,
quando cheguei
ele já estava aqui,
não o vi de imediato,
mas tenho certeza de que me viu chegar,
mas tenho lhe observado,
e definitivamente,
enquanto aqui fora há uma
tempestade de coisas acontecendo,
ele fica ali passivo
pendurado naquele cantinho do teto,
uma presença ausente,
suponho que haja
alguma coisa viva ali,
mas o mundo é essa dança
de suposições entre uma coisa
e outra.


San Rodrigues

ME DIGA...


Diga,
espelho, espelho meu:
Eu sou o que vejo
ou quem me vê sou eu?


San Rodrigues

SUSPIRO...


Tinha uma
expressão bondosa,
mas distante,
posta no vazio.


San Rodrigues

ENTRE UM SORRISO...


Uma das lágrimas
que verti
ao ler seu poema,
pois ainda choramos,
ofereço a você
e seus conhos,
a outra;
a doce quietude
que você emprestou ao universo,
juntando uma palavra antiga
a uma alma nova,
e com a terceira
tento regar os lugares secos
de minha alma,
aqueles em que o sol
de dias difíceis ardeu,
hora para eu sofrer
e aprender a rir
e a chora...
obrigado,
se me permitir chamar-te...
poeta. 


San Rodrigues

CERTA LINHA...


descrever o mal é muito difícil,
eu prefiro escrever
o que há de bom nas pessoas,
e para isto,
preciso afastar certo véu,
uma linha divisória,
invisível,
mas que cega.


San Rodrigues

SÓ ASSIM...


Minha memória
é uma paisagem randônica,
toda a transitoriedade de dias
que guardei num lugar
que não me é tão claro,
entre risos e choros,
coisas que eu guardei,
lixei,
pintei de uma outra cor
e chamei de um outro nome.
Estou bastante confuso,
mas prefiro assim.


San Rodrigues

TEMPO...


Haviam degraus dentro de si,
e ele precisava subir lentamente;
um pé de cada vez,
uma pergunta de cada vez.
Um choro de cada vez,
um dia depois de outro,
como se houvesse tempo.


San Rodrigues

É CEDO...


É cedo...
É sempre assim,
começo.
Mesmo quando o rio corre,
o vento sopra,
o som retine
e o frio e o calor são maniqueistas.
A tarde espera amanhã,
o medo ergue a coragem,
a distância é aqui,
ali é impossível.
O dormir são as asas da borboleta,
o império é uma criança,
a cabeça inclina,
a lágrima pesa,
o piano é antigo.
O rosto é conhecido.
É cedo,
é sempre assim.
O formigueiro é a formiga,
o mar é a gota;
Deus mendigando.
As palmas não aplaudem,
o livro sepulta a voz,
a voz ressuscita no dia glorioso,
a hora é todo dia.
O dia é tantos anos,
e tudo foi tão pouco.
É cedo,
é sempre.
Saudade,
raiva,
bondade,
raiva,
segurança,
raiva,
afago,
raiva,
carinho,
raiva,
esperança,
raiva.
É cedo.
É.
Algo que sei,
quando não se lembra.
A última página.
O último momento.
A tinta,
é cedo,
te espero em breve,
te entendo,
me compreendo,
adio,
atenuo.
Abrando-me,
falto-me.
É assim,
agora,
nunca mais,
nunca é demais.
Na medida.
É cedo.
É sempre assim,
começo...


San Rodrigues

Letras e Atos...

Este espaço é um ensaio para a escrita fotográfica, aquela que vê a cena e provoca as palavras para que possam construir a metáfora da imagem.
Gravando as imagens do diálogo, dos gestos, dos paragrafos, do detalhe nos verbos, em assustadores substantivos e adjetivos maleáveis... que possam traduzir emoções guardadas num lugar secreto.

San Rodrigues

toda leveza nasce de um instante de reflexão...