Ao ler o seu poema eu chorei...
Dessas lágrimas furtivas,
que quando saem chamam o passado,
numa dessas saudades guardadas
entre um dia frio e o casaco
entre o beijo e o abraço
entre a força e o cansaço
Seu poema não era um mistério,
não era barrocado, apenas dizia
que do outro lado da porta
sempre tem um sorriso é só abri-la...
Mas eu chorei por ter me esquecido
de sorrir nas tempestades destes últimos anos.
Não falo de risadas, destas escrachadas,
que explodem com os amigos,
mas falo destas discretas,
Que acontecem no sorriso
De um dia esquecido,
tão especiais, que os cantos da boca
só se dão ao trabalho de se erguer,
só um pouquinho, devagarinho
enquanto os olhos vão dando pulinho
lembrando do essencial,
de que os dias bons passam como os dias maus
e que daqui a pouco eu abro a porta
e de alguma forma será depois,
depois da dor, depois do amor,
depois da sede, depois da chuva,
depois de agora, depois de anos, depois da vida...
obrigado pela lágrima furtiva,
pelo sorriso de canto,
pelas palavras e todo encanto,
deste seu poema que me fez levantar.
San Rodrigues
As palavras são este lugar secreto em que nossa alma acontece, nós as olhamos, medimos, viramos, desviramos e as costuramos umas às outras, remamos com as palavras e nosso barco é este breve instante.
Espaço Idílico...
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Letras e Atos...
Este espaço é um ensaio para a escrita fotográfica, aquela que vê a cena e provoca as palavras para que possam construir a metáfora da imagem.
Gravando as imagens do diálogo, dos gestos, dos paragrafos, do detalhe nos verbos, em assustadores substantivos e adjetivos maleáveis... que possam traduzir emoções guardadas num lugar secreto.
San Rodrigues
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San Rodrigues
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