Espaço Idílico...

LEITORES...

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Olá...!

Estes poemas são lugares de minha casa emocional... sintam-se a vontade, estiquem as pernas e pensem em lugares da vida que pertencem as coisas da alma...

Sandro A.

Poetas e Escritores do Amor e da Paz

29/11/2011

DISCORDO...

Eu sou assim.
Eu gosto assim.
Eu penso assim.
Eu vim assim.
Eu vi assim.
Eu faço assim.
Assim.
Assim.
Assim.
Vem
o
limite
e
muda
a
opinião
do
eu,


San Rodrigues

ONDE?

Não
acredito
em
imutabilidade.
O
rio
me
contou
no
caminho
pro
marrrrrrrrrr...


San Rodrigues

BORRA...

a vida
é lenta
e bruxuleia
uma vela
em ventania.
o vento
é súbito,
e a vela
se abrevia.
apaga
paga
aga
ga
a
..
.


San Rodrigues

POIS É...

Se
é
pra
morrer
eu
morro,
adulto
de
canseira,
mas
não
me
nego
a
morrer
criança
dentro
de
uma
brincadeira
...


San Rodrigues

AMONTOADO...


GENTEGENTEGENTEGENTEGENTE
GENTEGENTEGENTEGENTEGENTE
GENTEGENTEGENTEGENTEGENTE
GENTEGENTE    só      GENTEGENTE
GENTEGENTEGENTEGENTEGENTE
GENTEGENTEGENTEGENTEGENTE
GENTEGENTEGENTEGENTEGENTE

faz
SOLIDÃO


San Rodrigues

TIRA-ME...

Tira-me o pão,
tira-me o passo,
atira em mim o arpão,
tira-me o ar falso,
Tira-me dali,
tira-me do agora,
tira meu sorriso,
atira-me lá fora.
Tira minha pressa,
à tira do infinito,
retira-me enquanto falto,
mentira do aflito.
Em mim a tira se rompeu,
quando o dia retirou-se do alto,
o tirano em mim morreu
não é luto,
estou curado.
Tira-me este féretro,
estire-o no passado.
Dois passos vencem três.
O timoneiro vence o barco.
Mas o que, ainda no peito,
me tira a respiração,
é ler Pablo Neruda,
Tirando da fria lua,
versos quentes de paixão.  


San Rodrigues

28/11/2011

PRA O NOME...

EU
TU
ELE
NÓS
VÓS
ELES me diluem em outros.


San Rodrigues

CICLOTRON...

todas
as
palavras
juntas
fazem
a
prosa
para
depois
deixarem
de
ser
a
prosa
e
voltarem
a
ser
todas
as
palavras
juntas
e
é
só...


San Rodrigues

ECLIPSE...

a tristeza dura uma noite
ã tristeza dura uma noite
hã risteza dura uma noite
nhã isteza dura uma noite
anhã steza dura uma noite
manhã teza dura uma noite
e manhã eza dura uma noite
de manhã za dura uma noite
m de manhã a dura uma noite
em de manhã dura uma noite
vem de manhã ura uma noite
a vem de manhã ra uma noite
ia vem de manhã a uma noite
ria vem de manhã uma noite
gria vem de manhã ma noite
egria vem de manhã a noite
legria vem de manhã noite
alegria vem de manhã oite
a alegria vem de manhã ite
s a alegria vem de manhã te
as a alegria vem de manhã e
mas a alegria vem de manhã


San Rodrigues

ENSAIO...

Me desfiz,
por que é assim que acontece.
Me pratico
no ensaio de ser outro;
simulacro,
simulado de mim mesmo.
A palavra é um exercício
que evapora.
Volta,
orvalhado,
neblina,
nuvem,
céu
até encontrar Deus.
Deus!
No princípio era o verbo,
e o verbo não era eu.
Eu pronomino
e adjetivo os substantivos do rio,
da rua
e do meu quintal.
Quando a trindade disse haja,
a borboleta assim se fez
e a lagarta
viu que era
muito bom.


San Rodrigues

25/11/2011

FUNDO...

A existência abomina o vácuo,
o passo.
O intervalo.
Procuramos qualquer coisa
para ocupar o espaço.
Mais uma sexta-feira
e eu debaixo de todos
meus pecados,
dos erros mais republicanos,
ao Eros mais sagrado.
Me empato,
me empaco.
Um dia desses
me empacoto.
Frio,
áspero,
ereto.
Queria cara,
coroa e anonimato.
Queria mato
e o que me sobrou
é deserto.
De Tartini à nota,
na ponte dos suspiros,
eu vagando oblíquo,
no mito,
omito,
minto,
menta.
Me deixa sozinho.
Eu
e o vácuo.


San Rodrigues

INCONTIDO...


Plantei uma rosa
consoante
e ela durou
até a última
metáfora.
Enquanto o sono
não vem
a noite dorme lá fora,
profunda em ébano
e eu sonho dissonâncias.
Penso em minhas covas.
Eu e todos os meus passos,
o silêncio,
as pedras,
os sapatos
e a eternidade,
dormiremos ali.
A vida é a insônia da morte.
Meus olhos
versus a coisa olhada
vermelham.
Sejam o que quiser,
eu vejo o que pudermos.
Todo fundo,
todo noite,
eu e minha rosa
sem vogal,
que dispara o odor
no peito de minha saudade.
Tranco a noite
e depois de séculos
abro o dia.
Agradeço a vida
pela companhia.
Agradeço a rosa
por ser metáfora
exalada
até o fim
da poesia.


San Rodrigues

24/11/2011

IDEOGRAFIA...

Eu desatino,
reagente,
colateral,
intransigente.
Com alteridades delirantes,
assustado
e ofegante,
numa redoma;
grito ao verbo que acorde!
Que me suporte!
Deitado ao lado de minha alma,
nem tanto ao sul,
nem tanto ao norte.
Eu e minha dor,
sou toda soma;
balanço e grito
e me moro em coma.
Não suporto,
por isso vim,
não admito,
por isso fui.
Não satisfaço,
por isso fome.
Gosto de Camus,
por isso foda-se.


San Rodrigues

23/11/2011

POEMÊNICO...

Se soubesse
não seria poesia.
Poesia é como respirar,
até se esquece,
mas ela está lá,
essencial,
viva,
um ar
depois da outra sílaba,
uma palavra em outras,
depois do arfar.
Umas num nó,
outras numa ansiedade,
umas crispadas de saudades,
umas mentiras,
coisas secretas
de outras verdades.
Coisa assim,
mais que palavras;
essência,
entidade.
Poesia.
Minhas palavras
cheias de gás
amarradas no fio da meada
de uma alegria
em busca de paz.
Sem métrica,
sem ética,
desprendida,
hermética;
apertada,
usual,
em horas bem,
em horas mal.
Quem diz isso?
Poesia é o mais ecumênico
dos atos de palavrear.
Corre em veias de
pele negra, branca, amarela e avermelhada.
Corre nas veias da puta
e também da beata.
Foi assim que o poeta
aprendeu a poetar.
Se soubesse
não seria poesia.


San Rodrigues

21/11/2011

ONDE ME CHEGO...

Vento que leva o dia,
leva a hora,
leva o cheiro,
leva a história,
leva a folha,
leva o momento,
leva os insensíveis,
leva o sentimento.
Leva a prova,
leva o argumento,
leva outrora,
leva outros ventos,
leva a vida,
leva o recheio,
leva o que eu cuspo,
leva o que eu leio.
Leva a ida,
leva a volta,
leva o visgo,
leva a revolta.
Leva o dito,
leva o desdenho,
leva o que eu tenho,
e tudo que não tenho.
No rescaldo do vento,
procuro o que me sobrou.
Descubro que pra onde
o vento de mim levou tudo,
pra lá também me levou.


San Rodrigues

DESVIRAVOLTA...

Quero um poema ousado.
Que tire toda a minha roupa
e me coma de quatro.
Quatro maneiras diferentes:
Verso,
inverso,
côncavo
e convexo.
E depois
me regurgite
em qualquer papelaria antropofágica.


San Rodrigues

NOITE LENTA...

A noite foi planando
sobre o dia,
enquanto lentamente
se apagava a luz do sol
e se acendia a da lua.
Eu,
meus pensamentos
e um sabiá
procurando ninho seguro.
E o sabiá foi bem sucedido.
Minha pira,
eu ardendo até
a minha nostalgia mais sonsa.
Tudo que era sério,
sincero
e real;
eram cinzas,
eu no meu maior incêndio,
cheio de labaredas,
cheio de brasa,
encerrando em carvão.
O carvão dormiu
sono aflito
e acordou diamante,
queria cortar vidro.
Serenidade filha do desassossego,
calma no berço da angústia.
Mansidão, rebento da tormenta.
E eu pedi licença aos meus pensamentos
e fui dormir com o sabiá.


San Rodrigues

LENTOS...

Estas coisas são ambivalentes;
sacralidades respiram artificialmente
dentro de certos pecados.
Minhas cores moram
em lugares opacos,
com movimentos congelados
dentro de retratos pálidos.
Morri em pânico.
Todo.
Dentro do espelho.
Aceitar que me sou
é o que eu mais quero.
Plantar o azul,
entre o vermelho e o amarelo.
Migração,
colonização.
Morada.
Enfio em meu peito
minha própria estaca.
Que esculpi
entre os acadêmicos.
Essas misérias
que moram em compartimentos.
Violentam a euforia
e pra matar,
cravam nos sonhos dela,
letais monografias
de coisas que no fim
não disse.


San Rodrigues

A FLOR...

Metade da lua
sorria para mim
e a outra metade
dormia no palor.
E a luz de azul inquieto
de dois vaga-lumes,
vasculhavam minha alma
à procura de perguntas
de “pois” e de “porém”.
Porque no meio de mim
mora uma arrevoada delas.
Artigos lacerados,
dormência,
eu violado em tantas ausências,
vendo o sol se desafogando
na linha horizontal
da manhã.
Bom dia!
Meu eco!
Bom dia!


San Rodrigues

CRIAÇÃO...

E o dia triste
me fez a sua imagem
conforme sua semelhança
e eu não cresci,
nem me multipliquei,
mas me enchi da terra.
E disse a Deus:
Isso foi bom?


San Rodrigues

DEIXEI COMO É...

A coisa estava ali quieta,
secreta.
E eu de olhar acadêmico,
fui lá compreendê-la.
Maldito!
Nessa coisa de entender,
desfiz toda beleza.


San Rodrigues

DISTÂNCIAS...

No vazio da esperança,
nem tudo que vejo
minha mão alcança...


San Rodrigues

MARASMO...

Pássaros cantando verde,
abelhas jardineiras,
o orvalho chorando numa roseira.
O sol regendo o dia
e meu coração assim nublado.


San Rodrigues

NUS...

Ficamos nus nas sílabas
e achamos que ninguém está vendo.
Mas veem.
Os olhos que nos veem
nus nas palavras,
são olhos sagrados
que olham através
de respostas de chumbo.
Então deixe que nos vejam.
Porque nós vemos.
Claro que vemos;
saudades,
medos,
antiguidades,
esperanças,
fé,
o fim dela...
Amor,
tristeza
e outras coisas
que só se vendem
no mercado.


San Rodrigues

Letras e Atos...

Este espaço é um ensaio para a escrita fotográfica, aquela que vê a cena e provoca as palavras para que possam construir a metáfora da imagem.
Gravando as imagens do diálogo, dos gestos, dos paragrafos, do detalhe nos verbos, em assustadores substantivos e adjetivos maleáveis... que possam traduzir emoções guardadas num lugar secreto.

San Rodrigues

toda leveza nasce de um instante de reflexão...