atividades nucleares
em meu coração.
Tenho um metro e noventa e um
de saudades represadas,
esperanças angustiadas,
fotos amareladas.
Antiguidades
renovadas
no relógio.
Eu tão rebelado e prisioneiro do sapato
preso ao passo.
O mais leve dos poetas,
escreve com uma tempestade
que sai da alma e vai para a ponta da caneta.
Leva, todo dia maremotos
e correntezas pro papel.
Um tropel bizantino,
os passos de um milhão de persas.
Lá pelo fim da paciência
dormi do meu lado aflito.
Acordei meio demente,
acordei meio poeta,
com borboletas Ceciliadas,
tamanduás Bandeiras,
Drummonds de pedra,
Castros e Alves apaixonados
e Gonçalves com saudades
do gorjeio das palavras
que voam atrás dos sabiás.
Estou nuclear
com meus átomos
em versos respirados
profundamente.
San Rodrigues
San Rodrigues