Para aqueles que prendem
corpos e adoecem esperas
Para aquele que colonizam
horizontes e amanhecem estrelas
Para aqueles que sepultam
medos sagrados
Para aqueles que acreditam
numa flor amarela
Para aqueles que esperam
que a noite dure uma vela
Para aqueles que subvertem
o pronome sem deixar seqüela
Para aqueles que encarceram
seus ouvidos
Para aqueles que só
tem órbita no umbigo
Para aqueles que fazem
“plural”, mas não sabem “singular”
Para aqueles que rezam,
mas não sabem orar
Para aqueles que usam
uma cadeira para domar um vulcão
Para aqueles que humilham
a brisa e são humilhados pelo tufão
Para aqueles que psicanalizam
e enjaulam poemas
Para aqueles que vêem
no diálogo, só um monte de morfemas
Para aqueles que fixam
espaços além da própria razão
Para aqueles que não
querem explicação
Para aqueles que usam
Lápis de cor
Para aqueles que usam
senão a dor
Que fique claro.
Todos nós temos limites
Invadidos pelo fim da tarde.
San Rodrigues