Silencia o ruído de certas fragrâncias.
Tira o resto do dia
De tua boca e olhos.
Cospe as intolerâncias.
Promove a paz entre as pálpebras,
Elas não podem se estranhar,
Precisam se entranhar.
Esquece os movimentos,
Os tormentos,
as atribuições.
Respire debaixo do limiar,
Do entender,
Do pensar.
Se fracione, pra multiplicar.
Deixe doer,
Deixe sarar.
Os minutos gotejam dentro dos olhos
E adormecem a consciência
E dissolvem mil histórias,
mil morfemas,
mil essências
e a alma ronrona sem petulância,
sem proezas.
A pena valseia de mãos
Com a brisa.
Lenta, valseia.
Uma barcarola
Brincando de pêndulo.
E navega até o último berço.
O chão.
Silêncio e idílio.
San Rodrigues
San Rodrigues