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Olá...!

Estes poemas são lugares de minha casa emocional... sintam-se a vontade, estiquem as pernas e pensem em lugares da vida que pertencem as coisas da alma...

Sandro A.

Poetas e Escritores do Amor e da Paz

09/12/2011

FOGÃO A LENHA...

Estalo,
retalho,
fumaça
e café.
Eu e meu amigo,
conversando na beira
das histórias de um fogão a lenha.
Leve.
Felizes.
Saudosos.
Meninos.
Caneca na mão.
Nos olhos um sorriso.
Alma sentada
e corpo de pé.


San Rodrigues

LIRA...

Compus um poema,
alguns versos por amor,
coisa louca é essa prosa.
De amar,
enamorar.
Fiz versos de amar,
emoção que não reprimo,
com êmbolo empurro paixões,
desesperos,
desatinos.
Não espero que me entendas
minha flor,
minha doce rosa.
Se continuares a me amar,
isso me basta,
isso é resposta.


San Rodrigues

LAMPEJO...

Penso
o
pensamento
o
passado
passou
se passo
não
repenso
uma
pessoa
me
amou.


San Rodrigues

CUORE E CORES...

Melodia amarela,
voz cinzenta,
violino esverdeando
o azul da inocência.

Pardas apogiaturas,
vermelhos fermatados.
Medos, lutos, euforias.
Meus lilases,
meus passados.

O adágio de Albinone,
o trillo de Tartini,
o bolero de Ravel,
o piscatto de Paganini.

Jogo as cores para o alto.
Não temo ao deus Osíris,
acredito no sagrado.
Deus cantou no arco-íris 


San Rodrigues

INSANA VEEMÊNCIA...

Em pecado me concebeu minha mãe.
E depois disso
foi minha a vez
de pecar
e fazer minha própria
coleção de erros.
Falhei até ficar
como único pecador na terra.
Milan também pudera.
Eu no meu insustentável peso de viver.
Me fiz denso,
me fiz espera.
Esperava o perdão como
quem se desespera.
E fui traspassado
na metade
de uma quarta-feira de cinzas
pelo brado de “perdoado”!
Deus me perdoou
no inundante milagre do choro.
Obrigado.


San Rodrigues

POEMA SECRETO...

Vi as
Frágeis flores
de pétalas brancas
e deduzi que
as dores exalam
as antigas saudades
como as que nasceram
lindas no
meio de meu
pequeno jardim


San Rodrigues

SANTUÁRIOS...

Freud cansado,
confrontado com seus limites,
desafia as palavras
e manda o mistério
se “consultar com os poetas”.
Amigos!
Não nasci com o poemas em mim,
nasci com a poesia,
freando minha respiração,
entre as pernas de minha resistência.
O desabafo e a decência
são indiferentes à impertinência.
As palavras agarram minha
dor pelo colarinho do desatino
e trazem a tona,
no anzol de cada predicativo e sujeito,
meu riso nervoso.
Me sou o verso,
que conheço menos e melhor.
Não rimo
obverso com adverso.
Rimo com reverso;
por que suspiro para me revirar.
Ver toda dor que há
por debaixo da pétala.
E no futuro
me transbordei na prosa,
só por que não caibo no meu susto
de viver;
mais um minuto.
Quiçá um dia.
Oxalá uma vida.
Orquídeas é que moram na eternidade com Deus:
Quebro-me,
quedo-me,
ergo-me,
vergo-me,
medo-me,
temo-me,
peço-me,
peco-me.
Envio-me para o outro
lado do rio,
porque nasceu uma ponte.
Sem ponte
é impossível agradar a Deus.
Assim diz o poema.  


San Rodrigues

DIFUSOS...

Tenho restos em mim
que não se denominam,
se afastam
na derivação continental
me largando na fissura milenar.
Difuso.
Fundido.
Fodido.
Sou minha Babilônia;
minha própria Caldeia.
Meu exílio;
só quero voltar
para minha terra.
Sou rutilante.
Sou devasso.
Sou hora.
Sou atraso.
Sou revira.
Sou volta.
Sou espanto.
Sou pensamento vazio.
Sou passivo ardendo.
Sou ativo mordendo.
Sou sutil trombando sílabas,
capotando luxúrias,
invadindo pensamentos,
devorando esquecimentos.
Perdão Senhor,
pelo meu próprio inferno.
Um profeta me disse,
que é dos subjetivos o reino dos céus.
Sou esclerose sutil,
continente negro,
a beirinha de qualquer angústia.
As mesmas coisas,
minha vaga culpa me procurando
nos “si mesmos”.
Minha certeza é meu dilema.
Óbvio.
Poincaré calculou minha expansão
e jogou a equação lá fora,
onde ninguém
em sã demência mora.
Mas ta bom.
A obsessão diz que me repito,
mas recordo:
Sou
movimento
retilíneo
uniformemente
variável.


San Rodrigues

POEMATIZAÇÕES...

Não acue o poema.
Não peça dele clareza.
Clareza é uma coisa da monografia.
Poema é obsceno.
Tira a roupa no meio do Sarau.
Ri do abismo
para ter um eco diferente.
Ele rirá das seriedades
e as porá do avesso.
Poemas fazem cirurgias
em nossas saudades em coma.
O coma é uma vela
de sombras dançantes,
na frente do espelho.
Já tentei me explicar na frente do espelho.
Já tentei me explicar
na frente dos meus olhos.
No espelho.
O espelho vê quem quer,
fala do que quer.
Meus olhos brilham ao contrário,
o medo se furta na melancolia,
e o verbo ordinário
fica extraordinário.
O poema denso,
me vasculha e eu tão superfície,
tão raso,
tão pele neste país da idade adulta.
Alguns se mudam para ele na infância.
Me mudei,
mas mudo.
Mudo de alma.
Não acue o poema.
Apenas veja ele indo,
indo,
indo...
Lindo.


San Rodrigues

INSPIRAÇÃO...

No abismo negro
gira o mundo,
o continente no mundo
boia no mar.
O país dorme lento no continente.
O sudeste goteja no estado,
com paulistas e paulistanos a sonhar.
Na capital mora um redemoinho de sonhos.
O município dorme
inquieto na capital,
que vaza para
o leste, oeste, norte e sul.
Nem sempre são uma escolha.
Meu bairro é um berço,
minha rua venal,
as casas bombeiam
homens,
mulheres,
voltas
e revoltas.
Na beira da mesa,
a casa guarda o poeta inquieto.
O poeta,
sacerdote do papel.
No papel do poeta,
palavras inquietas.
Respiros inquietos.
Ventos quietos.
Uma lágrima enviesada
inundou os olhos!
E Deus com o abismo negro na mão
ficou emocionado.


San Rodrigues


Letras e Atos...

Este espaço é um ensaio para a escrita fotográfica, aquela que vê a cena e provoca as palavras para que possam construir a metáfora da imagem.
Gravando as imagens do diálogo, dos gestos, dos paragrafos, do detalhe nos verbos, em assustadores substantivos e adjetivos maleáveis... que possam traduzir emoções guardadas num lugar secreto.

San Rodrigues

toda leveza nasce de um instante de reflexão...