Todos os dias entardecemos,Lá por volta da metade de qualquer
uma dessas horas.
No abismo do poente
que carrega nuvens, pessoas
e as frágeis memórias,
todas tragadas pela imensa noite,
na beira da solidão e o silêncio enorme.
Desculpem, mas eu decidi por não passar,
mas não se iludam, não decidi ficar,
só insisto no movimento,
nesta vontade;
vontade que ergue séculos,
de coisas antigas
que estiveram nos olhos de meus ancestrais,
entre o vento e a queda do galho.
E dos olhos foram por dutos ao coração,
máquina que bombeia versos para a alma.
Sei que todo dia entardeço,
desde nunca, até agora,
e minha tarefa é me [I]repalavrear[/I],
rever os nomes e
entre um som e outro,
antes do entardecer,
me envolver neste projeto de construir silêncios.
De noite eu saberei o que eles significam,
depois do entardecer.
San Rodrigues

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