Quantos caminhos fizeram estes passos?
No dia que acordei,

foi tudo que perguntei.
E há perguntas que nascem em tempestades,
em ventanias que sacodem os lugares
mais antigos da alma,
lá onde minhas coisas guardadas dormem.
Queria pensar por onde passei,
onde cheguei,
onde as horas podem me levar e encerrar o dia.
Bati e perguntei: Deus está?
Uma porta... De onde? Para que? Por mim?
Ainda assim entrei,
apertado lá dentro,
com homens, mulheres,
assim tão complicados, cinzentos, lentos,
e no fim da tarde vão,
tênues, singelos, frágeis
acabar com os pés descalços.
Enfim, só perguntei por queria
ser alguém no meu caminho.
E eu aqui do meu observatório,
tento entender essas coisas,
essas que insistem em nos coisificar,
mas eu não preciso entender para ser calmo, leve;
para ser leve só preciso respirar.
Aqui de meu observatório,
vejo-me no tempo passar,
e perguntando por onde passam estes passos,
vi quantas saudades fazem um abraço,
quantas lágrimas nublam o olhar,
quantos antes formam um depois?
Quantas dores fazem a paciência?
Quantas paciências esperam o próximo ano?
Quantos anos me deram a vida?
Assim, nem antes nem depois,
mas durante todos os meus passos
nas infinitas calçadas.
San Rodrigues
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