
como você supôs eu ter.
Não sei quantos céus existem,
como você achou eu saber.
Nunca soube a distância do caminho,
como você previu que eu soubesse,
e sobre essa coisa de chorar,
nunca soube de onde as lágrimas nasciam.
Perdoe-me, seja lá quem for este vilão
que diz esquecer dos pecados.
Eu fui só um sonhador,
desses que se levantam pela manhã
e acham que conseguiram
domar as horas e enjaular o dia;
quantas vezes adernei do estranhamento ao entranhamento.
Eu só fui um desses pulmões frágeis
que ficavam sem ar diante de uma flor;
meu corpo nunca teve as mesmas ideias que eu.
Eu sorria, e diante do sorriso tudo para,
o sorriso é a manifestação dos lábios,
quando os olhos olhos
encontram o que o coração procura.
É assim um doce milagre,
um instante infantil
quando nos sentimos maiores do que a vida,
mas longo tempo não significa para sempre.
Perdoe-me, eu só fui dois olhos,
este par de vagalumes procurando
procurando traduzir o intervalo das coisas,
esta impetuosidade que as pálpebras conseguem controlar,
por que não posso empurrar o rio.
Perdoe-me seja lá que for o dia seguinte,
essa porta por onde todo tempo foge
e me dissolve,
eu este poeta de coisas tão pequenas,
essa beira do mundo.
A minha alma foi resumida
em poucas partes insignificantes.
Me perdoe, seja lá o que for esta palavra,
por que no fim,
lá, bem no último instante,
tudo são palavras,
uma atrás da outra,
sentenças, perguntas, afirmações
e então vou desconfortável
dentro desta existência,
desta curva acentuada até daqui a pouco.
Então, se for possível, me perdoe,
se posso assim chamar,
este momento difuso, profuso,
completo,
longínquo.
San Rodrigues
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