Equilibrava nas palavras
que comem gente,
todas as suas acepções.
E não sei como equilibrava
a ânsia.
De pé,
deitado,
ausente, amargo,
tão divergente.
Ficava sempre
entre o bemol e o sustenido.
Neutro na tarraxa,
rosnado no estribilho.
Não sei como se equilibrava,
as vezes caia.
Incerto planava,
de certo ruía,
tão certo voltava,
em delírio fugia.
Não sei como equilibrava
os pontos cardeais,
com os pecados capitais
e as redes sociais.
Perfeito!
Tinha anistias
para as frustrações encarceradas
desde o último natal.
Não se perdoava,
mas não morria,
porque de alguma forma,
ainda se equilibrava
nas palavras insaciadas.
San Rodrigues
San Rodrigues
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