por
minhas veias,
mas
só um,
mais
tangente,
chegou
ao coração
e
levantou meu braço esmorecido
e
ascendeu minha mais antiga saudade;
o
olhar.
Essa
luz que bruxuleia
enquanto
o inseto voa,
essa
passada tímida
que
abrevia o fim do dia.
Durante
tanta vida
foram
morrendo minhas coisas,
por
que é impossível
controlar
esse intervalo
que
me encerra.
Mas
de uma dessas coisas
estou
certo;
o
poema fez revolução
quando
alcançou o coração
e
tangenciou a eternidade do poeta,
esse
feiticeiro
que
tenta encantar o crepúsculo
para
impedir que
a
noite profunda
engula
todos os dias,
meus
dias entre a infância
e
a velhice,
esse
lugar que cava a cova.
Mas
o poema,
pelo
menos um,
ousado
de saudade,
curou
o coração
e
me disse que a solidão
são
duas saudades
loucas
para se encontrar.
E
foi assim,
meio,
inteiro,
completo
quando
um poema
alcançou
o coração.
San Rodrigues
San Rodrigues
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