As fotos são uma dança
de cores alternativas.
Um esquife,
esperando que a saudade o olhe,
para que volte a respirar.
Respirar.
As fotos só respiram
nos olhos de quem vira o álbum.
Cada folha,
cada alma pintada,
colada até amarelar
e ficar sépia.
Tenho uma foto do vento de perfil.
O vento ia carregando
as folhas secas,
e uma ia dizendo a outra,
as palavras de outono.
Ai peguei a pena
e dedilhei sutis palavras,
amarrei um, dois, três sorrisos
num passarinho
e me levei de olhos pálidos.
Onde moram as memórias, todas minhas.
Todas irmãs do poeta.
Um soneto se excedeu de mim
e ficou assim,
livre naquelas fotos.
Damas amarelas.
San Rodrigues
San Rodrigues
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