que invadem o rosto
e mostram os dentes da alma.
Há sorrisos que não aceitam protocolos
e resolvem ficar nus
em qualquer lugar
e pegam nas mãos
de qualquer alegria
para fazer festa.
Há sorrisos que desabrocham o olhar
e sopram as neblinas
que limitam a ousadia olhar.
Há sorrisos que dizem senta!
Há sorrisos que dizem levanta!
Há sorrisos que dizem anda!
Mas há sorrisos que dizem voa...
Duvido de sorrisos
que não invadem a sisudez,
que não fazem cócegas nas máscaras.
Na terra de seriedade,
quem tem um sorriso livre
é rei.
Sorrir rompe diques,
e a angústia se dilui
no aguaceiro da risada,
e alaga nossas securas;
invadem nossos ressentimentos,
tanto batem
até que furam,
nossos mais endurecidos tormentos.
Mas há sorrisos
que acontecem lentos,
secretos,
estudados.
Tem função de dizer aos que o veem:
Fique tranquilo estou ao seu lado,
e quando dizem não temem,
por que sorrir é promessa,
de que o sorriso da alma
é uma oração,
uma fresta.
E que o sorriso é livre
e se abre sem pressa.
Pesa como pluma
e alivia o poeta.
San Rodrigues
San Rodrigues
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