Quem assiste
O espetáculo lento e silencioso
Da madrugada, vê.
Vê a umidade fazer amor na ponta da folha
E dali a pouco,
Na hora certa
Nasce uma gota
De orvalho mais tímido.
Quem assiste o rio correr vê.
Vê toda aquela água se espreguiçando pra fazer a margem.
Fazer a imagem dançante do céu,
Fazer o mar
E fazer o “ao léu”.
Quem assiste a borboleta, vê.
Vê as asas do casulo,
Levantarem aquele brochetinho
E fazer dele uma florzinha,
Que fica pulando no jardim.
Quem vê, vê.
Isso é coisa do olhar atrás dos olhos.
San Rodrigues
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