negamos
a morte.
Ela
é esta doença da existência,
e
decidi tratá-la
compondo
um poema;
minha
maneira de ancorar
meu
futuro iminente
e
tudo que seja eminente nele.
Fiz
isso,
por
que um dia acordei
com
minha melancolia
aumentando
insignificâncias;
uma
fissura na fina camada
do
meu jeito de ver.
Acordei
coando moscas
e
engolindo camelos,
para
aumentar essa minha
coisa
egoísta;
essa
palidez.
A
morte é pálida.
Minha
folha é pálida.
Todas
as cores acabam pálidas.
Mas
deixe-me falar de viver:
Por
que é para isso
que
componho um poema;
para
silenciosamente
adormecer
entre morfemas e sintaxes,
eu
e meus hiatos;
por
que minha felicidade
é
uma florzinha que encontra
a
fresta e busca o céu,
um
frágil sussurro de minhas razões,
meu
décimo de instante
que
o vento cala,
minha
vela que a noite
lentamente
apaga meu escrever...
que
me move nas mãos
e
forma minhas letras escarlate,
não
temo minhas inquisições,
temo
minhas absolvições
por
que não testam minha fé.
Mas
minha respiração,
bem,
ela
dura minha vida toda,
e
nisso
eu
acredito.
San Rodrigues
San Rodrigues
Nenhum comentário:
Postar um comentário