assistem
solenemente
enquanto
meu tempo passa,
são
átomos frios.
Pedras
são como o passado,
nunca
mais se movem,
são
antigas construtoras de masmorras,
mas
se jogam em lagos,
acertam
laranjeiras,
dançam
nas mãos
e
acertam pecadores.
Quem
não tiver pecado,
que
as atire.
Os
céus nos apedrejam,
essa
é nossa ilusão,
são
nossas pedras,
aquelas
que lançamos nos pássaros,
por
que tememos os que voam.
Tenho
inveja das pedras;
não
tem alma,
não
tem saudade,
não
envelhecem,
não
morrem
e
numa altura da vida
tomam
o lugar do coração,
mas
o meu coração de pedra
me
traiu
e
um dia desses transubstanciou
em
uma dessas arrevoadas teológicas
e
acordou em carne viva,
doeu,
mas
me lembro que sorri,
nessas
trapaças do coração de carne.
Mas
ainda invejo
as
pedras de meu quintal.
San Rodrigues
San Rodrigues
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