não
tenta empurrar
um
monte de texto para dentro dele.
Ele
fica toda hora
se
cesarizando
ou
em partos naturais,
para
trazer os textos
que
estão em sua alma
para
o lado de fora,
aqui
onde a gente está.
Se
não é poeta
a
palavra é um acessório,
mas
se é,
ela
é extensão da própria alma,
alquimiando
no olhar,
descansando
nas pontas dos dedos,
pedra
jogada no lago do papel
e
eu em circunferências marolantes.
Por
que eu pensava se poeta,
quem
não conseguisse
escalar
mais as palavras;
Ainda
bem que mordi
todas
as minhas línguas,
por
que o poeta
não
escala as palavras,
ele
as ala para voar.
Escreve
um deserto,
dentro
dele escreve
um
lugar bem verde
e
capricha no substantivo azul,
põe
um adjetivo e o deixa bonito,
e
põe no céu,
pega
o rio, poe um verbo
e
o faz correr,
da
corda nos pronomes
e
escreve minhas árvores,
meus
pássaros,
nosso
vento,
essas
folhas levitando,
e
faz os artigos recitarem o amor,
a
saudade, a tarde fria,
a
cabaninha,
o
velhinho e a pescaria.
Bem,
poeta
que é poeta,
não
admite só a vida
por
isso escreve,
para
a eternidade ler,
depois
morre de viver.
San Rodrigues
San Rodrigues
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