dessas coisificâncias e paradoxos
que acontecem em algum lugar em mim.
Um dia desses,
na beira de meu olhar,
uns pensamentos andaram
por um denso nevoeiro;
silencioso,
repulsivo,
e eu,
esse fragmento que mora dentro de mim
e as vezes sai e volta,
e pergunta
e rosna,
me coloquei como homem
em qualquer lugar,
com toda minha lenta imprecisão;
dei-lhe poder
e lhe tirei status,
dei-lhe forças
e enfraqueci-lhe os passos
e deixei-me em qualquer lugar
parado ou me movendo
e testei a morte,
se passando não me levava.
Um dia o nevoeiro se desfaz
ou me desfaço,
me esqueço,
me ignoro
e no fim de qualquer vida
me adoto,
como filho legítimo
da última gota de esperança
que se junta as outras
e faz o mar.
Lá por volta dos dias
me revirei,
dobrei uma esquina em mim
e me encontrei
acordando;
eu diamante,
eu instante.
San Rodrigues
San Rodrigues
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