o voo encerra o céu,
o céu encerra o sonho,
o menino encerra o homem no meio da noite.
A noite lamenta,
mas encerra.
O instante encerra o tempo,
o tempo encerra a hora,
a hora encerra meu quinhão
nesse breve esquecimento.
O esquecimento encerra a palavra,
a palavra encerra tanto,
tanto encerra o que eu queria dizer,
dizer nunca encerra tudo.
Tudo é um lugar no papel.
O papel encerra a ousadia,
a ousadia encerra a mão,
a mão encerra o poeta,
que no dom de diluir
se encerra na caneta.
E a caneta inclina
e encerra meu poema.
San Rodrigues
San Rodrigues
Nenhum comentário:
Postar um comentário