tira-me o passo,
atira em mim o arpão,
tira-me o ar falso,
Tira-me dali,
tira-me do agora,
tira meu sorriso,
atira-me lá fora.
Tira minha pressa,
à tira do infinito,
retira-me enquanto falto,
mentira do aflito.
Em mim a tira se rompeu,
quando o dia retirou-se do alto,
o tirano em mim morreu
não é luto,
estou curado.
Tira-me este féretro,
estire-o no passado.
Dois passos vencem três.
O timoneiro vence o barco.
Mas o que, ainda no peito,
me tira a respiração,
é ler Pablo Neruda,
Tirando da fria lua,
versos quentes de paixão.
San Rodrigues
San Rodrigues
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