Plantei uma rosa
consoante
e ela durou
até a última
metáfora.
Enquanto o sono
não vem
a noite dorme lá fora,
profunda em ébano
e eu sonho dissonâncias.
Penso em minhas covas.
Eu e todos os meus passos,
o silêncio,
as pedras,
os sapatos
e a eternidade,
dormiremos ali.
A vida é a insônia da morte.
Meus olhos
versus a coisa olhada
vermelham.
Sejam o que quiser,
eu vejo o que pudermos.
Todo fundo,
todo noite,
eu e minha rosa
sem vogal,
que dispara o odor
no peito de minha saudade.
Tranco a noite
e depois de séculos
abro o dia.
Agradeço a vida
pela companhia.
Agradeço a rosa
por ser metáfora
exalada
até o fim
da poesia.
San Rodrigues
San Rodrigues
Nenhum comentário:
Postar um comentário