talvez o que haja seja aquilo que não se pode ouvir.
Silêncio.
Leves silêncio na alma,
interrompidos agressivamente pelo vento forte,
a concepção romântica do silêncio é ilusória,
tranquilamente a marola do lago segue,
e então descobre-se na voz do outro,
do semelhante, o grito da insignificância,
somos uma marola,
que morre na margem, e morremos mais um pouco no próximo segundo.
É assim onde tudo começa e termina,
num monte de anos,
em um monte de dias no ano,
nas marcadas horas que limitam o momento,
no breve e eterno instante do implacável minuto,
o instante que nunca mais volta,
o instante que é impossível ultrapassar,
o instante incontrolável,
não domesticável,
a suave e irresistível marola entre o estreito espaço
entre o segundo e a eternidade,
o mais breve ato de pensar.
e fica num lugar que chamamos de "sempre".
O silêncio,
o barulho,
a queda,
a árvore,
o marola.
A pedra.
Substantivos,
uns concretos,
outros nunca.
San Rodrigues
San Rodrigues
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