Temo que minhas melhores prosas
tenham me deixado cicatrizes,
que medem da alma até
a pele nervosa de todos os meus anos;
essa sacralidade guardada nos calendários.
Tenho-me em pedaços nas poesias;
em uns tenho alma,
em outros mente
e nos que doem, coração.
e morre ao meio dia,
outros que flamula até a tarde,
mas o coração da noite é concreto,
nesta paleta de poemas matizados.
A carne de meu choro
foi cortada profundamente
por versos navalhados,
fios que dividem;
eu, nós e eles são outra estrofe.
Mas temo;
foi assim temendo,
que esculpi na minha pedra de papel,
um rosto que me chama de multidão,
como estas que vão andando
e fazendo séculos no minuto.
Penso que não sou poeta;
minhas cicatrizes o são.
San Rodrigues
San Rodrigues
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