e
engravidei-me da semente
de
um poema rebelde,
que
me devolveu olhares,
depois
que nasceu em minha folha,
em
balbucias que minhas palavras
mais
expedicionárias nunca pisaram.
Em
frases de Rimbaud
e
saudades de Quintana,
quando
este mundo
é
tão grande,
mas
não cabe na minha tolice,
de
pensar que entendo;
de
achar que agora sei.
O
mundo não é recente,
eu
sempre sou.
Por
que quando eu era criança,
vendia
bolhas de sabão
pelo
preço do sorriso
e
com isso comprei
uma
casa no coração de meu mundo,
esse
lugar que hoje
sempre
é outono.
Amanhã,
então
terei um filho pronominal,
com
olhos de verbos
e
voz adverbiais
e
serei outro:
Muito
feliz,
muito
triste,
muito
longe,
muito
menos,
muito
claro,
muito
perto de eu mesmo.
Casando
com todos os meus pretéritos
numa
noite de paz gramatical.
San Rodrigues
San Rodrigues
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