É cedo...
É sempre assim,
começo.
Mesmo quando o rio corre,
o vento sopra,
o som retine
e o frio e o calor são maniqueistas.
A tarde espera amanhã,
o medo ergue a coragem,
a distância é aqui,
ali é impossível.
O dormir são as asas da borboleta,
o império é uma criança,
a cabeça inclina,
a lágrima pesa,
o piano é antigo.
O rosto é conhecido.
É cedo,
é sempre assim.
O formigueiro é a formiga,
o mar é a gota;
Deus mendigando.
As palmas não aplaudem,
o livro sepulta a voz,
a voz ressuscita no dia glorioso,
a hora é todo dia.
O dia é tantos anos,
e tudo foi tão pouco.
É cedo,
é sempre.
Saudade,
raiva,
bondade,
raiva,
segurança,
raiva,
afago,
raiva,
carinho,
raiva,
esperança,
raiva.
É cedo.
É.
Algo que sei,
quando não se lembra.
A última página.
O último momento.
A tinta,
é cedo,
te espero em breve,
te entendo,
me compreendo,
adio,
atenuo.
Abrando-me,
falto-me.
É assim,
agora,
nunca mais,
nunca é demais.
Na medida.
É cedo.
É sempre assim,
começo...
San Rodrigues
San Rodrigues
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